Cólica na gravidez? Entenda e saiba como aliviar os sintomas

Você já deve conhecer bem os sintomas de uma cólica menstrual. As dores costumam marcar presença todos os meses, em diferentes intensidades. De certa forma, a maioria das mulheres já estão acostumadas. Mas, e quando acontece uma cólica na gravidez? Quais são as causas e como amenizar o desconforto? Há motivos para se preocupar? Essas são dúvidas muito comuns entre as nossas mamães e nós estamos aqui para esclarecê-las!

Afinal, o que são cólicas?

Para entender por que as cólicas acontecem, precisamos saber que o útero é um tecido muscular: por isso, qualquer tipo de contração pode provocar dores – as chamadas cólicas. Assim, é normal senti-las até mesmo nas relações sexuais e orgasmos, que estimulam um movimento diferenciado no útero.

Na menstruação, as contrações ocorrem para que seja possível promover a descamação do sangue acumulado no endométrio, tecido que reveste o útero. O movimento de “expulsão” dessa camada pode ser leve ou intenso, o que explica a variação das dores.

Em adolescentes o desconforto pode ser mais intenso, pois o canal de passagem do sangue é mais estreito e requer um esforço concentrado. Com a abertura do colo uterino ao longo dos anos – estimulado inclusive pelo parto – a dor tende a diminuir e até mesmo desaparecer.

Existem ainda outros fatores que aumentam a intensidade das contrações, como a presença de miomas, pólipos (pequenos tumores) e endometriose. Se as dores forem muito insuportáveis, é recomendado procurar um ginecologista para investigar a presença dessas patologias.

Como diferenciar os diversos tipos de cólica?

Existem ainda outros tipos de cólica, como: renal, intestinal, biliar e estomacal. A lógica é a mesma: contrações musculares dolorosas. Como todos os órgãos envolvidos estão localizados na região abdominal, é muito difícil identificar a origem do desconforto.

De maneira geral, cólicas estomacais e intestinais acontecem quando há ingestão de grande quantidade de comida ou prisão de ventre. As cólicas biliares são causadas por excesso de alimentos gordurosos, que exigem muita atividade do fígado. Já as cólicas renais são resultados da formação de cálculos de cálcio (as famosas pedras no rim), que obstruem os canais urinários e dificultam o funcionamento dos rins.

Na dúvida sobre qual tipo de cólica está sentindo, procure seu médico: somente ele poderá fazer um diagnóstico adequado.

Cólica na gravidez: o que pode ser?

Durante a gestação, os movimentos do útero podem ser naturalmente mais intensos, sobretudo nos primeiros três meses. Portanto, se você estiver sentindo pequenos desconfortos, fique tranquila: a cólica na gravidez é normal. Esse tipo de dor acontece porque seu útero está se adaptando à presença do seu bebê: a expansão do útero pressiona ligamentos, musculatura pélvica, outros tecidos e veias, além de ocorrerem várias alterações hormonais.

Outra causa da cólica na gravidez é a alimentação inadequada, que pode causar desconfortos e cólicas intestinais. A jornalista Renata Motta, por exemplo, afirma ter abusado da comida e sofrido muito com cólicas durante a gestação. “Fiz tudo errado: eu sentia muita fome e comia muito, inclusive alimentos que meu médico mandava evitar, como chocolate e refrigerante, por exemplo”, conta a mamãe da pequena Maria Júlia, de 6 anos.

Nem todas as mamães passam por essa experiência, que depende de cada organismo. Então, se acontecer com você, fique tranquila. Mas, cuidado com as dores excessivamente fortes: elas podem sinalizar que algo está errado.

Quando a cólica na gravidez pode ser perigosa?

Se houver aumento da intensidade e frequência das cólicas acompanhadas por outros sintomas, como febre, calafrios, vômitos e dor ao urinar, procure seu médico imediatamente. No primeiro trimestre da gestação, elas podem indicar o risco de abortamento. Já no segundo e no terceiro trimestres, existe a possibilidade de parto prematuro.

O médico avaliará a origem dos sintomas e a medicação adequada para cada caso. Para ajudá-lo nesse diagnóstico, preste atenção no padrão da dor e descreva suas características de maneira objetiva.

Algumas causas de cólicas com maior intensidade:

  • malformações uterinas;
  • disfunções placentárias;
  • alterações hormonais, como hipotireoidismo;
  • infecções urinárias;
  • miomas;
  • gestação ectópica (fixação do óvulo nas trompas ao invés do útero).
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Como aliviar os sintomas?

No caso da professora universitária Marina Codo Teixeira, as pequenas cólicas aconteceram com frequência até o final do terceiro trimestre de gestação. “É semelhante à cólica menstrual, parece que vai descer a qualquer momento. Isso dá um desconforto bem grande: não saber a origem da dor gera muita tensão”, explica Marina.

Diante de uma crise, a principal recomendação é fazer repouso imediato para relaxar a musculatura pélvica, o que alivia os sintomas e evita maiores problemas: afinal, não é possível saber se há uma causa mais grave por trás do desconforto.

“Depois do primeiro trimestre, as cólicas ficaram mais esporádicas. Acontecem geralmente quando exagero, ando muito ou fico mais agitada que o normal. Aí, quando começa a cólica, paro o que eu estiver fazendo, vou para casa e coloco os pés para cima”, ensina a professora grávida de 6 meses, conforme recomendações do ginecologista.

Já para evitar a prisão de ventre e as cólicas intestinais, o ideal é beber muita água, e evitar alimentos que provocam gases, como:

  • leguminosas: feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico;
  • vegetais verdes: couve de bruxelas, brócolis, repolho;
  • alimentos ricos em frutose: frutas, alcachofra, cebola;
  • lactose: em todos os derivados do leite;
  • alimentos com muito amido: massas, milho, batata;
  • grãos integrais: arroz, aveia, farinha integral;

Confira outras dicas que ajudam a aliviar os sintomas da cólica na gravidez – todas mediante liberação médica:

  • atividades físicas leves, como yoga e alongamento;
  • massagens ajudam a diminuir o inchaço e relaxar os músculos;
  • variações de postura e posição do corpo, para evitar sobrecarga de um músculo específico;
  • uso de analgésicos e antiespasmódicos.

Quando as cólicas indicam a aproximação do parto?

Se a gestação estiver na reta final, as mamães podem sentir outro tipo de cólica: são as chamadas Contrações de Braxton Hicks, que ajudam a posicionar o bebê corretamente para o parto. Elas costumam ter duração de 15 a 30 segundos, breves e descompassadas.

Quando realmente começar o trabalho de parto – por volta da 37º semana – as contrações e as dores serão muito mais intensas e ritmadas: isso significa que o organismo está se dilatando para que o seu bebê possa sair. Está na hora de receber seu filhote!

E depois do parto?

Após o nascimento do bebê, as cólicas podem continuar por um tempo: afinal, o corpo da mamãe estará se movimentando para voltar ao normal. Não é preciso se preocupar: curta o seu bebê e aproveite intensamente esse momento, pois ele passa muito rápido e com certeza você vai sentir saudades!

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