Gestação de risco: dicas para passar a entender o que está fora da normalidade

A gestação já é uma preocupação na cabeça das mamães. No momento em que a gente descobre a gravidez os pensamentos que chegam são de como será essa gravidez e dos riscos que podem vir também.

A gravidez é considerada de risco quando exames médicos apontam qualquer probabilidade de doenças durante a gravidez para a mãe ou o bebê. Ou que também pode ocorrer intercorrências no parto ou parto prematuro.

A gravidez de risco se desenvolve em mulheres que já possuem alguns fatores como: pressão alta, diabetes, obesidade ou o que pode acontecer é a gravidez fluir de forma satisfatória e acontecer algo que imediatamente ela vira de risco. Por isso, vamos conversar sobre esse momento.

A principal dica desse post, é que a gestante faça todo o acompanhamento médico e que siga as orientações dele, que pode inclusive recomendar repouso absoluto.

Diagnóstico de risco

Quando é diagnosticada uma gravidez de risco, é importante seguir todas as orientações do médico, que pode recomendar que a grávida fique em casa de repouso e passe maior parte do dia sentada ou deitada. Em alguns casos, pode mesmo ser necessário o internamento no hospital.

Sintomas de gravidez de risco

É comum surgirem sintomas que causem desconforto ao longo da gravidez, no primeiro trimestre, por exemplo, temos as náuseas, enjoos, vômitos, entre outros desconfortos. Mas alguns desconfortos e sintomas não são normais e sim considerados alertas para uma gravidez de risco e são eles:

Sangramento vaginal

No início da gestação é bem comum ocorrer pequenos sangramentos, eles costumam ser na cor marrom, como se fosse o fim da menstruação. Esse sangramento chamamos de nidação, que é o processo de implantação do óvulo na camada uterina. Neste processo, pode ocorrer o rompimento de alguns vasos sanguíneos por isso este pequeno sangramento acontece.

O sangramento quando está em estágio avançado, ou seja, saindo bastante, deve ser levado em consideração e ter mais atenção pois ele pode significar um parto prematuro ou aborto espontâneo.

Neste caso, após perceber o sangramento, entre em contato imediatamente com o seu médico ou vá ao pronto socorro, principalmente se o sangramento vier acompanhado de dor.

Nos casos de baixo risco, o sangramento é pequeno, escuro, indolor e com pouca dor. Se o sangramento for mais intenso, vermelho vivo e com dor intensa, é considerado de alto risco. Observe e procure sempre o seu médico em caso de qualquer sangramento na gravidez.

Contrações uterinas antes do trabalho de parto

Também chamada de síndrome do útero irritável, a contração antes da hora é caracterizada por contrações extemporâneas, que podem ser prejudiciais por conta do risco de parto prematuro. Elas podem ser variáveis em frequência e intensidade e também isoladas e fracas ou intensas e dolorosas com intervalos curtos de tempo.

As contrações antes do tempo precisam ser avaliadas pelo seu médico que normalmente irá prescrever alguns tratamentos e recomendações como: repouso absoluto ou relativo, poderá indicar o uso de alguns medicamentos e em alguns casos, um procedimento chamado Cerclagem Uterina, que é o estreitamento do colo uterino quando há risco de parto prematuro ou aborto espontâneo.

Contrações de Braxton Hicks

Não confunda a irritabilidade uterina com as chamadas contrações de treinamento (Braxton Hicks). Essas contrações acontecem após 20 semanas e fazem parte do processo natural da gravidez. Elas duram aproximadamente 30 segundos e podem causar leve incômodo, mas no geral são indolores.

Esse tipo de contração é produzido pela contração e endurecimento do útero. Conforme o avanço da gravidez as contrações de Braxton Hicks tornam-se progressivamente mais frequentes, duradouras e intensas.

Perda de Líquido amniótico antes do tempo

Essa perda chama-se oligoidrâmnio e pode ser prejudicial a saúde do bebê, pois o líquido amniótico permite o desenvolvimento e movimentação do bebê, evita traumatismos e compressão do cordão umbilical, além de proteger o bebê contra infecções ou seja, se tiver perdendo esse líquido, o bebê fica mais exposto.

Caso aconteça a perda de líquido dentro de 24 semanas, é recomendado repouso e também que a nova mamãe beba bastante água, pois isso ajuda na produção de mais líquido evitando complicações. A redução desse líquido pode causar aborto e problemas pulmonares, por isso esteja sempre em acompanhamento médico.

No último trimestre da gravidez, caso haja uma quantidade grande de líquido, o médico pode induzir o parto para que o bebê não tenha sua saúde prejudicada.

Não sentir o bebê mexendo

As mulheres com histórico de pressão alta, diabetes ou com problemas na placenta podem não sentir os movimentos o bebê e devem se preocupar quando ocorrem menos de 4 movimentos por hora nestes casos.

Os movimentos do bebê podem ser sentidos a partir da 16ª semana mas nem todas as mamães sentem esses movimentos, principalmente as de primeira viagem. A contagem dos movimentos só costuma ser fácil a partir da 28ª semana de gravidez.

Quando o bebê apresenta uma diminuição nos movimentos é importante consultar o obstetra, pois o bebê pode estar recebendo pouco oxigênio, sendo assim o médico irá iniciar o tratamento adequado.

Tonturas e desmaios

No início da gestação os desmaios e tonturas são comuns pois a placenta está sendo formada e por isso a mulher ainda não conseguiu produzir todo o sangue que o seu corpo, a placenta e o bebê precisam, mas se essa sensação persistir por muitos dias ou com frequência, o médico deverá ser consultado.

Isso acontece também por conta da pressão baixa, e neste caso, é recomendado:

  • Evitar ficar muito tempo sentada ou deitada;
  • Evitar mudanças bruscas de posição como levantar-se muito rápido;
  • Não ficar muito tempo sem comer;
  • Evitar locais muito quentes ou abafados, com pouca circulação de ar;
  • Deitar sempre com as pernas elevadas para facilitar a chegada do sangue ao cérebro, evitando o desmaio.

Infecção urinária

Durante a gestação, o risco de infecção urinária aumenta por conta das mudanças no corpo da mulher. A progesterona reduz o peristaltismo (contração involuntária) dos ureteres e a compressão do útero provoca uma estase (represamento) de urina. Tudo isto predispõe a infecção urinária.

Na gravidez a infecção urinária deve ser observada, em primeiro lugar, pela sua associação com o parto prematuro. As infeções urinárias baixas (cistites) podem provocar um parto prematuro.

Se a infecção urinária não for tratada adequadamente ela pode causar o parto prematuro e excepcionalmente infecção no bebê.

Caso sinta ardência ao urinar, o seu médico precisará ficar sabendo para realizar exames necessários e assim prosseguir com o tratamento. O tratamento normalmente é feito com antibióticos adequados e controlados.

Inchaço repentino

O inchaço na gravidez é super comum e tranquilo também. O inchaço gradual e moderado nas pernas, pés, mãos ou nariz é devido ao acumulo de líquido nos tecidos, o que chamamos de edema fisiológico.

Quando o inchaço acontece repentinamente, ou seja, do nada e também generalizado é a hora de se preocupar, pois ele pode estar indicando que algo não está em sua normalidade. Esse inchaço pode ser por doenças cardíacas, hepatite ou renal.

Algumas doenças podem apresentar o inchaço como sintoma inicial. Por isso, quando o inchaço ocorre repentinamente ou afeta somente uma perna, por exemplo, pode ser um coágulo sanguíneo chamado de trombo, por isso, procure o seu médico para que ele possa iniciar o tratamento e também aconselhar da melhor forma como prosseguir.

Coração acelerado durante a gravidez

O coração acelerar é normal devido as mudanças comuns nesta fase, essas mudanças fisiológicas tem o objetivo de fornecer oxigênio e nutrientes para o seu bebê. Por isso é normal que o coração bata mais rápido.

É importante observar alguns sintomas como dificuldade para respirar ou dor no peito, nestes casos, o coração pode estar indicando alterações cardíacas mais graves. Sempre que houver essas alterações bruscas ou com esses sintomas, o seu médico deve ser informado, pois a gestante pode também estar tendo uma pré-eclâmpsia.

Observe seu corpo e os sinais que ele dá

A linha entre a gravidez, que o próprio nome já diz que é grave e a gravidez de risco é muito tênue, por isso a nova mamãe deve estar sempre atenta aos sinais que o seu corpo está dando.

Qualquer alteração brusca ou que saia da normalidade de uma gestante, deverá ser falado para o médico para que assim ele inicie o tratamento necessário para que a gravidez seja concluída em sua forma correta.

Algumas intercorrências poderão ser feitas, talvez um parto prematuro para salvar a vida do bebê e da mamãe pode acontecer. O mais importante é que o médico esteja acompanhando sempre para tomar a melhor decisão.

A gravidez é um período delicado e que requer cuidados o tempo todo, por isso, esteja sempre atenta aos sinais do seu corpo.

Você já passou por uma gravidez de risco? Qual foi a intercorrência?